sexta-feira, março 19, 2004 Margarida Lozano 0 Comments

Dia do Pai

Hoje é aquele dia em que celebra o dia do nosso Pai... Como é de costume, tenho dado uma lembrança nem que seja pequena para o meu pai. Ainda me lembro dos momentos em que eu ficaria contente e de ansiedade por dar-lhe um presente, e ele o receber com um sorriso nos lábios. Meu pai talvez nunca soube o quanto orgulhava dele, talvez porque nunca lhe disse e ás vezes tinha a mania de olhar muito para ele, e acha-lo o exemplo a seguir. Agora aprendemos a ser-mos mais reservados e em vez de bonequinhos numa folha de papel a dizer "Adoro-te Pai" ou "Gosto muito de ti, és o melhor pai do mundo", damos um simples (mas especial) beijo ou compramos algum objecto que lhe fosse útil. Mas os tempos mudam, e a minha vida mudou bastante desde que ele se foi embora: Não o vejo com regularidade, é raro o ver. Nem um telefonema serve para matar saudades, e as nossas falas já se tornam "sufocantes". As minhas atitudes para com ele foram-se mudando (não falando com ele duramente, mas sim sendo mais reservada para ele) e cada vez ficando mais magoada com ele, por saber que o homem com quem mais orgulhava me "traiu", e o unico com o qual pus as mãos no fogo de que nunca me ia magoar como me magoou... mas magoa-me ainda mais saber que não tem cumprido muito as suas funções como pai, e de ver que ele já não é o mesmo, o mesmo homem com que orgulhava e que agora o orgulho tornou-se uma ferida bastante profunda. Muito menos está cá quando mais preciso, embora precise dele sempre todos os dias.
Talvez esteja a escrever com cabeça quente ou transmitir a raiva que estou a sentir... e mais tarde arrepender de fazer este texto, mas já não me importa. Isto são apenas palavras de sentimentos que estão atravessadas e que me custam sair até quando lhe quero dizer para dar a entender o que sinto neste momento, porque apesar de ele ter feito a pior coisa que poderia fazer... é meu pai, e continuo a ama-lo bastante! E nunca lhe disse que o amava, e é uma das coisas com as quais me arrependo não o ter feito (principalmente de eu não lhe ter dado atenção que ele queria e merecia), mas sempre lhe quis dar a entender e sei que ele sabe que o amo. Por isso é que digo sempre: Não adiem as coisas para outra altura, porque um dia pode ser tarde demais. E eu, felizmente, ainda tenho a oportunidade de o fazer.
Ele no fundo é boa pessoa apesar das suas más acções, e nunca ponho a duvida que ele goste da família. Mas há coisas inexplicáveis e que só o tempo as vai definir e transformar em algo melhor.
Mas daqui até lá aguardo com paciência de um dia o puder abraçar bastante e de então dizer aquela palavra que muita gente decide dize-la sem ao menos a sentir ou simplesmente ignora-la... a palavra: Amo-te.

P.S. - Desculpem o desabafo...

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